quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Não se sentir


Olho as coisas no chão, coisas que se intitulam minhas. Olho os brincos pendurados,sonhando em roçar os cabelos soltos.Olho os sapatos,e todas aquelas cores ansiando por um chão ainda não tocado...Olho as roupas,todas iguais,tem muito de mim nesse quarto,e nada do que sou está aqui.As cores nas paredes,tão delicadamente escolhidas,ainda assim,preferiria quando elas permaneciam rabiscadas.Ouço,respiro e paro,todas as melodias tristes fazem parte de mim.Algo tão jovem e tão sem vida.Minhas asas se prenderam aos pés da cama.Decoro o trajeto dos azulejos,lembro de vozes fracas.A noite pulsa lá fora.Ouço o silêncio e o sorriso das crianças,estar morta,nesse exato segundo me magoa.


Observo as pessoas que nunca choram...eu procuro insistentemente motivos para sonhar...

* “Tudo bem querida, agüente mais um pouco. Agüente por mim e agüente por nossa vida”

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