quarta-feira, 21 de julho de 2010

Deserto oceano


Guardo em mim metade do que sou,um ponto do que senti,meu porto.
Guardo em mim o reflexo do que observei,do que absorvi.Do que me entreguei.
Guardo em outra metade de mim,ostra,a fruta nua.Quem me entrego quando sou.Quando me sou,quando pleno.
Guardo em metade de mim,a parte sua...
A parte gosto amargo do café forte.A parte cheia da lua,a parte deusa da sua mulher,sua.
Guardo em dois mundos,a Pandora.
O fascínio e o tédio,o singular e o comum,a estrela e a fossa. Sempre em par ímpar.Lado a lado com os dois lados.O iluminado que me deixa turva e o sombrio,seco.Sua mulher e nossa menina.Nero e Afrodite,Maria João.