sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

[À]s portas

As flores murchas na janela ofuscam, agora, a visão do jardim... Nos momentos sozinhos,teus gritos ecoam,misturando-se ao bicho ferido,Idealização!
Meu lirismo mal contido naufraga no turvo lago das emoções em falso.
Não se pisa duas vezes, do mesmo jeito, no mesmo rio!
Não sei dissipar a desnecessária reprise alegórica de fragmentos que sinto,talvez nunca saia dessa eterna observação...
Personagem-autor!
Lágrimas de utopias adestradas rasgam o silêncio desse céu, ora de estrelas, ora de pedaços estilhaçados de mim.
Não se pisa duas vezes, do mesmo jeito, no mesmo rio!
O riso é a alegoria do desespero, não quero a masturbação moral dos fatos, mas a verdade revelada, nítida, crua. A verdade a ser devorada sem cerimônias,como a fome dos que tem sede de palavras vazias.A verdade das intenções,das expectativas,o retrato do tempo,antes,agora,depois.Quero a posse do teu nojo.Quero ver minha dor refletida no teu desespero,não há perfeições no duo.Nem imperfeições sozinha.
Não se pisa duas vezes, do mesmo jeito, no mesmo rio!
Meu timbre perdido nesse narcisismo barato,nessa hemorragia nostálgica,que se expande,colore,pulsa e resguarda. Quero a verdade nua,diante de todos os fatos.Sem flor de lirismo,sem sonhos acabados.Quero o brilho dos olhos,na certeza de que és meu.Incorrupto,imperfeito,frágil,inacabado...
Quero a força do tempo, nas mãos ao meu lado.

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