quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Entre o querer e os fatos



Quero me jogar na sua cama e vestir suas meias
Quero descobrir seus livros e os seus desenhos tão antigos, tão bem feitos.
Quero que você se acostume com a minha dor, com a minha presença, com a cor das minhas unhas, dos meus cabelos, com o gosto da minha pele.
Eu te quero por inteiro!
Quero me entregar às tuas taras, medos e manias. Quero te desafiar e, ao mesmo tempo, o tempo todo servir ao que te agrada.
Te quero feliz, puto e sereno. Quero te fazer bem em qualquer estação do ano ou de trem.    Eu te quero sempre vivo.
Quero que me surpreenda, que me deseje, que me elogie e se dedique. Quero que ache, às vezes, que eu sou impossível e que isso soe bem.
Quero-me nas suas costas, nos seus desenhos, no seu pescoço, na sua rotina , na sua vida. Quero-me cuidando de você  todos os dias, por amor e prazer mútuos e puros.
E te quero em todos os meus dias, te quero por inteiro! Te quero o tempo inteiro, infinitamente, meu bem!

Minha saudade gosta de você






A saudade faz do coração da gente, um fígado.
Eu já fiquei sem ar, de tanta saudade.
Já perdi a fome... As unhas... Lágrimas e lágrimas e soluços sentidos.
Já perdi o sono, a identidade. O medo.
Já perdi o chão e o céu, desci ao inferno também... E ele pulsava.
A saudade debocha me diz que sou fraca. Me diz que ofereço abrigo. E uma vez dentro de mim, todo segundo é de festa... Dia após dia.
A saudade me dá arrepios, náuseas também. Me deixa impossível, impulsiva, explosiva. Eu respiro saudade até no encontro.
E de tanto sentir, às vezes penso que a saudade é o sol. Meio próximo, meio vertiginoso de tanto ser sentido, brilhante e voraz.
E por isso, talvez, seja a cor da minha pele ou a minha pele em si. A minha febre, a minha fonte.
A saudade me devora, me domina, exala, te adora e corre ao teu encontro, pro teu sorriso, pro teu carinho, pro teu olhar. E ainda assim te escapa. E dorme comigo, no meio da cama, dividindo teu abraço.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

De ti



Sua história cravada nas páginas desses diários malditos (manchados de desespero e empatia), no seu rosto doce e sombrio, nos seus olhos e pulsos marcados.

E essa minha babaquice em dizer que te amo como se isso fosse te proteger de se ferir mais ... insistindo mesmo com o mundo lá fora e você ai dentro dessa alma queimada de esperanças vazias.

E eu aqui inconsolável tentando te acalmar.Te fazer sorrir.
Querendo me embriagar com a tua felicidade que nunca vem...Que nunca vem.

Que nunca vem.

Esperando por ti, tateando por momentos calmos na sua memória. Cuidando de você mesmo no escuro. Tentando me convencer de que está tudo bem.

domingo, 4 de setembro de 2011

Sopro na garrafa



E mais uma vez, a liberdade. A pequena Alice acorda ao lado do seu gato real, com patas reais, bigodes reais, cauda real. Acorda com seus problemas reais, seus medos.E acorda para sua liberdade também.
Viver em um outro mundo,ainda que por pouco tempo, muda completamente o seu. E muitas vezes, o cotidiano de lá é seu extremo aqui. E você se pega pensando para qual realidade voltar. A que te acolhe ou a que você modifica... E você pondera, e teme ser a mesma banana que é aqui. E se for pelo lado mais fácil, será. E você pára para lembrar tudo o que viveu do outro lado e tenta ressuscitar em garrafas, formas, corpos e palavras vazias tudo o que viveu ali. E de repente você fica perdido entre a vontade e o medo de ir ser feliz.

Você se desapega e deixa uma carta, não importa para qual lado do espelho você decida ir.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

"Eu não sei fazer poesia, mas que se foda - CBJR


Engraçado, eu estou mais velha, mais ranzinza e mais instável. Mas a música, as mesmas músicas da época porra louca, ainda funcionam da mesma forma aqui dentro, em mim. Algumas coisas mudaram de fato, e eu sou do tipo que me afasto do que conheço. Porque eu já conheço. E é assim com a música, com os livros, menos com meus problemas e meus pesadelos. E hoje eu decidi dar um ‘oi’ para o Chorão e o Charlie Brown Jr, ‘só por uma noite’, para matar a saudade e tentar dormir. E era tudo o que eu precisava, ‘me esquecer’, por uma noite. O velho e grande Chorão e suas lições. Tem banda melhor? Pasmem, sim! Mas o CBJR fica pela história, pela minha história, pelo único recorte que eu guardava da idiota revista Veja. O CBJR fica pelo sentido, por ter dado sentido para uma época em que eu era a 'única errada'. Hoje eu não sei mais nada sobre quem saiu ou quem continua na banda, sobre o que decidiram fazer ou tocar. E nem sei se vale a pena conhecer as músicas novas. Eu prefiro as velhas, elas possuem um sentido especial para mim.

Por fim,

"Porque é assim que é" (*)