domingo, 3 de julho de 2011

A borboleta no pulso esquerdo




Havia um banquete e uma garota doce em uma noite bonita. Suspensas no céu estavam as estrelas, geladas e tão lindas sussurrando ' você vai perder a sua alma garotinha". E haviam convidados tão estranhos e engraçados com chapéis bicudos olhos coloridos e dentes afiados, e todos dançavam uma música engraçada. E havia dois frascos.
E em cada frasco, havia um tipo de dor. E uma dor nela ,por não saber escolher -Silêncio, a festa se apaga!
Viu então,que dentro de cada frasco há uma festa diferente, sem medos. Então pensou que iria viver e era o que bastava, e tudo ficou animado novamente.
No pulso, em duas linhas transversais enfraquecidas (mas tão vivas) há tudo o que eu sei e senti.
O que se vive nunca se apaga, se transforma no que se é, e eu sou todas as minhas festas e pesadelos. Eu tenho dois frascos, mas os grãos de areia estão descendo.Eu tenho pouco tempo e um único gole, em cada gole um tipo de vida, e em cada vida uma dor diferente. O que eu não posso é ficar no silêncio, que é uma espécie de demônio que sorri e convence prometendo conforto, enquanto se enrola nos seus pés e te asfixia.
Estou cansada de olhar a festa dos frascos, quero que ela volte a acontecer comigo, que aconteça por mim, quero uma festa divertida e estranha.
Eu escolhi meu frasco, e o demônio está quase a dormir.

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