segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Sobre o meu dia-não me peça abraço



Ela desliza os dedos pela borda do copo com meio de mim.
As pessoas passam,deslizam,olham,cochicham e ela permanece parada,sem me tragar,sem me tocar,só estando ali.Foi muito tempo,tempo que nenhuma tempestade pode apagar.
Eu vou me movendo lentamente com a cabeça cheia de palavras,formas,cores...
Dedilhar uma página passada é tocar onde se acha que não dói mais.
Existem milhares de coisas rodando nesse momento e minha cabeça acompanha tudo,distante,confusa...
Soluções não são poções.
E a única palavra que sei,não escrevo.
A vida tem sido boa comigo,tem sido uma mãe amorosa,paciente...e eu,um ratinho inseguro e medroso.
Eu posso gritar pelo meu corpo,eu posso ouvir a chuva,eu posso olhar o tempo,marcando cada detalhe,com uma batida em meu peito.
E hoje,prometi que não vou chorar.
Ela sente meu cheiro no copo meio cheio de mim,meio vazio.
Eu senti falta do meu pai hoje,e acordei assustada,ou nem dormi.
Estou e só estou e nada além de aqui em mim.

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